quarta-feira, 10 de junho de 2009

Palafita


Construí uma palafita,
No meio do meu mar…
Não fiz portas, nem janelas,
Para que não a pudessem fechar….
O vento e o mar,
são seus protectores, guardiães atentos!
Ela é feita de palavras, palavras soltas,
lançadas à deriva no meu mar
palavras sentidas,
Palavras de risos incontidos da vida!
Palavras sofridas, amargas

Que ela consegue guardar
Guarda-as tão profundamente
que a torna resistente e não se desmoronam!
por não saber ser ausência
Venho e abraço-as, com um enlaço
Do tamanho do meu mar,este,
que me alimenta a alma...
De vez em quando abro um baú que tenho nela
E as palavras saltam,
Muitas vezes sem brilho, desertas de esperança
Sentidas nas ausência
Doridas, sem cor…
Sinto a sua sede, a fome
A entrega sofrida de um canto chorado
É então que as tomo carinhosamente
uma a uma...
pinto-as com as cores do arco-íris
Faço-as renascer, em fios de ternura
num pensamento do tempo
O tempo vivido de risos incontidos
E ficam saciadas
Na minha alma ,
voltam a ter som
transformam-se em ser
num voo suave
e partem das minhas mãos ...

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